Artigos

Artroplastia total de quadril na rede pública de saúde de são paulo: comparação de tipos de fixação.
Guimarães RP, Viamont-Guerra MR, Antonioli E, Lenza M. (2022).
Total hip arthroplasty in the public health system of são paulo: comparing types of fixation. Acta Ortop Bras, 30(5), e251150.
https://doi.org/10.1590/1413-785220223005e251150


Resumo
No Brasil, não há registros da prevalência do tipo de fixação da artroplastia total de quadril (ATQ).

Objetivo:
(i) Descrever perfil demográfico de pacientes submetidos à ATQ no Sistema Único de Saúde de São Paulo durante os últimos doze anos; e (ii) comparar as técnicas de fixação de ATQ quanto aos custos, tempo de internação (TI) e taxa de óbito.

Métodos:
Estudo ecológico, com dados disponíveis na TabNet do DATASUS. Dados públicos de procedimentos de ATQ eletivos realizados em São Paulo de 2008 a 2019 foram extraídos. Foram analisados: sexo, idade, região municipal, método de fixação em ATQ, número de cirurgias, custo, tempo de internação e óbitos.

Resultados:
Foram analisadas 7.673 ATQs, sendo 6.220 (81%) não-cimentada/híbridas e 1.453 (19%) cimentadas. A fixação não-cimentada/híbrida teve custo maior em US$ 495,27 do que a cimentada (p < 0,001). Entretanto, TI foi 0,87 dia mais longo na fixação cimentada. Não houve diferença significativa nas taxas de óbito entre os métodos de fixação.

Conclusão:
A fixação não-cimentada/híbrida na ATQ é prevalente em São Paulo, e apresentou maior custo total, porém menor tempo de internação do que a fixação cimentada. Não houve diferença entre o método de fixação em ATQ e a taxa de óbito. Nível de Evidência IV, Série de Casos.

Links p artigo:
https://doi.org/10.1590/1413-785220223005e251150
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36451786/

Tratamento de lesões instáveis do anel pélvico com fixador supra-acetabular e parafusos sacroilíacos: resultados preliminares em 20 pacientes.

Guimarães RP, Ribeiro AG, Ulson O, Ávila RB, Ono NK, Polesello GC. (2016).
Treatment of unstable pelvic ring injuries with supra-acetabular fixator and sacroiliac screws: preliminary results in 20 patients. Revista Brasileira de Ortopedia (Impresso), 51(2), 132-137.


Objetivo: Avaliar os resultados do tratamento de 20 pacientes que usaram como tratamento definitivo um método de osteossíntese opcional para fraturas do anel pélvico.

Métodos: Foi feita uma análise retrospectiva da série de 20 casos de pacientes com fratura do anel pélvico tipo C de Tile, portadores de alto risco de infecção pós-operatória, tratados na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo entre agosto de 2004 e dezembro de 2012, submetidos à fixação externa supra-acetabular percutânea associada com parafusos canulados iliossacrais de 70 mm.

Resultados: A média de idade dos pacientes foi de 40 anos (mínimo de 22; máximo de 77) e o tempo médio de seguimento foi de 18,5 meses (mínimo de três; máximo de 69). Após o término do tratamento dez pacientes (50%) foram classificados com bons resultados, nove (45%) tiveram desfecho regular e um (5%) não apresentou melhoria alguma. Seis apresentaram complicações. A parestesia do nervo cutâneo femoral lateral foi a mais frequente (dois pacientes).

Conclusão: A fixação externa supra-acetabular associada a osteossíntese percutânea iliossacral é um bom método de tratamento definitivo para os pacientes com alto risco de infecção pós-operatória.


Link
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27069879/

Guimarães, R. P., Kaleka, C. C., Cohen, C., Daniachi, D., Ono, N. K., Honda, E. K., Polesello, G. C., & Ricioli Junior, W. (2009).
Analysis of segmental collapse of the femoral head in acetabular fractures treated surgically. Revista Brasileira de Ortopedia (Impresso), 44(5), 427-431.


Objetivo: Correlacionar a avaliação radiográfica pós-operatória com variáveis que acompanham fraturas acetabulares para determinar os fatores preditivos para impactação segmentar da cabeça femoral.

Métodos: Análise retrospectiva de arquivos medicais de pacientes submetidos à cirurgia de redução aberta com fixação acetabular interna. Em aproximadamente 35 anos, 596 pacientes foram tratados para fraturas acetabulares; 267 foram acompanhados por pelo menos dois anos. Os outros foram excluídos porque seu acompanhamento foi menor que o tempo mínimo, ou como resultado da falta de dados suficientes relatados nos arquivos, ou porque foram submetidos a tratamento não cirúrgico. Os pacientes foram acompanhados por um dos três cirurgiões do grupo usando as escalas clínicas de Merle d’Aubigné e Postel, bem como estudos radiológicos.

Resultados: Apenas duas variáveis estudadas – idade e quantidade de redução pós-operatória – mostraram correlação estatisticamente significativa com impactação da cabeça femoral.

Conclusões: A qualidade da redução – anatômica ou com desvio residual de até 2mm – apresenta boa evolução radiográfica, reduzindo o potencial de impactação segmentar da cabeça femoral, achado estatisticamente significativo.


Link
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27004191/

Freitas CD, Garotti JER, Nieto J, Guimarães RP, Ono NK, Honda E, Polisello GC. (2013). Have there been changes in the incidence and epidemiology of pelvic ring fractures in recent decades? Revista Brasileira de Ortopedia (Impresso), 48(6), 475-481.


Resumo
As fraturas do anel pélvico compreendem de 2 a 8% de todas as lesões esqueléticas. Como a incidência sobe para 25% nos politraumatizados e representa um fator prognóstico negativo em relação à morbidade e mortalidade dos pacientes, este estudo buscou estabelecer o perfil dessas fraturas, comparando alterações no perfil dos pacientes ao longo das últimas décadas.

Métodos: Foi realizado um levantamento do perfil epidemiológico, mecanismo de lesão e tipos de fraturas por meio de revisão da literatura indexada. Foram selecionados 20 artigos que atenderam aos critérios do estudo. Os dados foram analisados em dois períodos: janeiro de 1987 a dezembro de 1999 (primeira década) e janeiro de 2000 a dezembro de 2010 (segunda década). As classificações Tile, Young e Burgess AO foram utilizadas para categorização.

Resultados: A pesquisa em cada década foi homogênea. Inicialmente, as lesões foram mais prevalentes em homens (62,5%), mas houve aumento na participação feminina na segunda década (p = 0,286). A média de idade foi de 39,3 anos na primeira década, com tendência de aumento na segunda (p = 0,068). Os mecanismos de trauma relacionados ao trânsito foram predominantes em ambos os períodos. As fraturas tipo A permaneceram prevalentes (p = 0,203 e p = 0,457). Houve tendência de redução nas taxas de mortalidade (p = 0,396).

Conclusão: Observou-se uma tendência de aumento na média de idade dos pacientes (p = 0,068). Contudo, o aumento do acometimento de mulheres (p = 0,286) e a redução da mortalidade (p = 0,396) não foram estatisticamente significativos.


Link
https://www.scielo.br/j/rbort/a/

Guimarães RP, Souza GS, Reginaldo SDS, Ono NK, Honda EK, Polisello GC, Riccioli Junior W. (2010). Study of the treatment of fractures of the femoral head. Revista Brasileira de Ortopedia (Impresso), 45(4), 355-362.


Objetivo: Estabelecer diretrizes para o tratamento das fraturas da cabeça do fêmur e determinar a melhor abordagem cirúrgica para os casos tratados operativamente.

Métodos: Foram avaliados os resultados clínicos e radiológicos de 13 pacientes (13 fraturas) tratados cirurgicamente no Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (SCMSP), Pavilhão Fernandinho Simonsen, entre maio de 1986 e julho de 1996.

Resultados: Dos seis casos de fraturas Pipkin 1, cinco foram submetidos à ressecção do fragmento, resultando em quatro resultados excelentes e um bom. O caso com resultado bom foi tratado com fixação do fragmento. Três pacientes apresentaram fraturas Pipkin 2 e todos receberam fixação do fragmento, resultando em dois resultados excelentes e um regular. Dois pacientes apresentaram fraturas Pipkin 3 e foram tratados com artroplastia primária. Entre os dois pacientes com fraturas Pipkin 4, um foi tratado com redução e osteossíntese da fratura acetabular sem abordar o fragmento da cabeça, que havia reduzido significativamente, mas evoluiu para artrose precoce. O outro paciente foi submetido à artroplastia total como tratamento primário.

Conclusão: A comparação entre a revisão da literatura e os resultados obtidos no estudo demonstra que o tratamento das fraturas da cabeça femoral deve ser cirúrgico, com a escolha do acesso cirúrgico sendo dependente do tipo de fratura apresentada.


Link
https://doi.org/10.1016/S2255-4971(15)30381-5

Polisello GC, Aristide RSA, Honda EK, Ono NK, Guimarães RP. (2006). Analysis of the Garden method in the treatment of femoral neck fractures. Revista Brasileira de Ortopedia, 41(1/2), 34-43.


Objetivo: Entender melhor os princípios da fixação utilizando dois pinos de Garden, com foco nas complicações mais comuns do tratamento das fraturas do colo femoral, como a perda de redução e o colapso segmentar da cabeça femoral.

Método: Foram estudados retrospectivamente 41 pacientes (41 quadris) com fratura do colo femoral tratados pelo método de Garden, no Pavilhão “Fernandinho Simonsen” da Santa Casa de São Paulo, entre 1982 e 1996. As variáveis envolvidas durante o período de consolidação da fratura, a perda de redução e o colapso segmentar da cabeça femoral (CSCF) foram analisadas.

Resultado: Mesmo após a fixação rígida, observou-se movimentação contínua da cabeça femoral, que inicia logo após a fixação e vai até a consolidação. O grau de osteoporose, segundo a classificação de Singh, mostrou uma relação diretamente proporcional à perda de redução, assim como a qualidade da redução. Todos os pacientes com técnica considerada ruim evoluíram com perda de redução, o que ocorreu em 21,9% dos casos. O contato do pino posterior com o calcar femoral proporcionou menor perda de redução, provavelmente pela maior estabilidade da fixação. O colapso segmentar da cabeça femoral, que também ocorreu em 21,9% dos casos, foi associado a menores índices de Garden nas radiografias ântero-posterior e de perfil.

Conclusão: Quando existe total estabilidade no foco da fratura, a consolidação ocorre sem complicações. Contudo, quando ocorre movimento entre os fragmentos, mas a fratura ainda consolida, pode ocorrer o colapso, e quando o movimento é extremo, há perda de redução. A grande variedade de fatores que podem causar complicações torna impossível prever com precisão qual fratura do colo femoral irá complicar. O conhecimento profundo dos princípios do tratamento, dos critérios de redução, estabilização dos fragmentos e suas indicações é essencial no manejo da “fratura ainda não resolvida” do colo femoral.


Link
https://rbo.org.br/detalhes/1046/pt-BR/analise-do-metodo-de-garden-no-tratamento-das-fraturas-do-colo-do-femur

Ribeiro AG, Ricioli Junior W, Silva ARNS, Polesello GC, Guimarães RP. (2016). PRP in the treatment of trochanteric syndrome: a pilot study. Acta Ortopédica Brasileira, 24(4), 208-212.


Objetivo: Comparar a eficácia do plasma rico em plaquetas (PRP) com corticosteroide no tratamento da síndrome da dor trocantérica.

Métodos: Entre julho de 2011 e novembro de 2012, dezoito pacientes (20 quadris) com síndrome da dor trocantérica foram randomizados em dois grupos e tratados com plasma rico em plaquetas ou infiltração de triancinolona guiada por ultrassom. A dor e a função foram avaliadas antes da intervenção e após 10, 30 e 60 dias, por meio da Escala de Expressões Faciais para Dor e dos questionários Western Ontario McMaster e Harris Hip Score. A análise intergrupo foi realizada pelo teste t de Student, e a análise intragrupo pela ANOVA, seguida do teste post hoc de Bonferroni. A significância estatística foi estabelecida em p < 0,05.

Resultados: Não houve diferença entre os grupos. O grupo triancinolona apresentou redução da dor (p = 0,004) e melhora da função (p = 0,036) através do questionário Harris Hip Score em 10, 30 e 60 dias após o tratamento, quando comparado ao período pré-intervenção. O grupo plasma rico em plaquetas não apresentou melhora estatística em nenhuma das variáveis.

Conclusão: Até 60 dias, a infiltração de PRP não teve influência no alívio da dor e na melhora da função no tratamento da síndrome trocantérica. Nível de evidência II, Estudo prospectivo comparativo.


Link
https://www.scielo.br/j/aob/a/

Souza, B. G. S., Dani, W. S., Honda, E. K., Ricioli, W., Guimarães, R. P., Ono, N. K., Polisello, G. C. (2010). Do complications in hip arthroscopy change with experience?. Arthroscopy (Print), 26(8), 1053-1057. https://doi.org/10.1016/j.arthro.2009.12.021


Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar o tipo e a incidência de complicações durante o desenvolvimento de técnicas artroscópicas de quadril.

Métodos: Uma série retrospectiva de 194 prontuários de pacientes tratados com artroscopia de quadril em um hospital terciário de dezembro de 1999 a março de 2008 foi revisada para complicações. A incidência de complicações foi registrada consecutivamente para cada grupo de 30 pacientes e em intervalos de 2 anos. Uma comparação entre as taxas de complicações foi realizada dentro dos prazos e do conjunto de casos. O tipo e a gravidade das complicações também foram registrados.

Resultados: Houve 12 complicações (6,1%) nesta série. Destas, 5 foram neurológicas (2,6%), 4 foram musculoesqueléticas (2%) e 3 foram vasculares/isquêmicas (1,5%). De acordo com a gravidade, 2 foram consideradas complicações maiores (1%), 8 foram intermediárias (4,1%) e 2 foram menores (1%). A incidência de complicações não mudou com o tempo (P = 0,959) ou com o número de casos realizados (P = 0,771), mas diferentes tipos de complicações ocorreram ao longo da curva de aprendizado.

Conclusões: A natureza das complicações mudou com a experiência, mas nenhuma variação significativa na incidência foi observada ao longo do período de 9 anos de experiência com artroscopia de quadril.
Nível de evidência: Nível IV, série de casos terapêuticos.


Link
https://doi.org/10.1016/j.arthro.2009.12.021

Antebi, U., Mathor, M. B., Silva, A. F. D., Guimarães, R. P., Honda, E. K. (2015). Effects of ionizing radiation on proteins present in demineralized, freeze-dried or frozen human bones. Revista Brasileira de Ortopedia, 51(3), 224-230.


Objetivo: O objetivo foi estudar os efeitos da aplicação de radiação ionizante (gama e elétrons) como agentes esterilizantes em doses de 15 kGy, 25 kGy e 50 kGy, em tecido ósseo desmineralizado liofilizado ou congelado para uso em transplantes.

Métodos: Cinco diáfises femorais humanas de diferentes doadores de tecido musculoesquelético foram desmineralizadas e preservadas como liofilizadas ou congeladas a -80 °C. As amostras foram divididas em dois grupos: não irradiadas (controle) e irradiadas por meio de raios gama ou feixe de elétrons. As proteínas ósseas foram extraídas e usadas para determinar as concentrações de proteína total e BMP 2 e 7.

Resultados: Diminuições nas concentrações de proteína total e BMP 2 e 7 foram observadas. As reduções nas concentrações de proteína total, em comparação com os respectivos grupos de controle, foram significativas nas amostras liofilizadas e congeladas que foram irradiadas com uma dose de 50 kGy de radiação gama e feixe de elétrons, com reduções de mais de 30%. Reduções significativas nos níveis de BMP 2 e 7 também foram observadas em doses mais altas e especialmente através do uso do feixe de elétrons.

Conclusão: As reduções nas concentrações de proteínas totais e proteínas osteoindutoras (BMP 2 e 7) foram relacionadas à dose de radiação, ou seja, aumentaram com doses mais altas do tipo de radiação ionizante e o tipo de preservação óssea. As maiores reduções nas concentrações foram observadas nos ossos irradiados por meio de um feixe de elétrons e na dose de 50 kGy. No entanto, esse tipo de radiação e essa alta dose não são práticas usuais para esterilização de tecido ósseo.


Link
https://www.scielo.br/j/rbort/a/

Granjeiro, R. C., Ono, N. K., Souza, B. G. S., Honda, E. K., Antebi, U., Ricioli Junior, W., Polisello, G. C., Guimarães, R. P. (2009). Aspects of the distribution of musculoskeletal tissues from a tissue bank. Acta Ortopédica Brasileira (Impresso), 17(6), 336-339.


Objetivo: Avaliar as características da distribuição desses por um Banco de Tecidos no Brasil.

Métodos: Base de dados do Banco de Tecidos entre setembro de 2006 e junho de 2008. Características dos receptores foram tabuladas. Os tipos de tecidos processados foram: cabeças femorais, osso metafisio-epifisário, osso cortical, ossos curtos ou chatos e tendões. O destino dos enxertos foi analisado. Frequências das distribuições foram obtidas e analisadas.

Resultados: Foram distribuídas 734 unidades de tecidos fresco-congelados, transplantadas em 683 receptores. Doadores de múltiplos órgãos originaram 97,9% dos tecidos e doadores vivos os demais. Foram transplantados 489 unidades de osso córtico-esponjoso, 137 de osso metafisio-epifisário, 44 de osso chato ou curto, 3 de tendão, 29 de osso particulado e 32 de cabeças femorais. A média de idade dos receptores foi 50,3 anos, sendo 59,5% do sexo feminino e 40,5% do masculino. Os tecidos foram destinados para uso ortopédico em 21,1% dos casos e buco-maxilo-facial, em 78,9%.

Conclusão: O Banco de Tecidos aumentou o número de distribuições em resposta à demanda crescente de tecidos, principalmente para uso em cirurgia buco-maxilo-facial.


Link
https://www.scielo.br/j/aob/a/

Ugino, F.K., Righetti, C.M., Alves, D.P.L., Guimarães, R.P., Honda, E.K., Ono, N.K. (2012). Reliability assessment of the Modified Merle d’Aubigné and Postel Method. Acta Ortopédica Brasileira (Impresso), 20(4), 213-217.


Objetivo: Avaliar a reprodutibilidade interavaliadores do Método Merle d’Aubigné e Postel Modificado.

Método: Participaram do estudo 45 pacientes, com média de idade de 57,93 (±13,35) submetidos à artroplastia total do quadril. Todos foram avaliados por três pesquisadores, que receberam treinamento para padronização de seus critérios. A avaliação foi realizada pelo Método Merle d’Aubigné e Postel Modificado (associação dos prefixos A, B e C) no mesmo dia, de forma aleatória, e os pesquisadores não se reportaram durante as avaliações. Para avaliação da mobilidade, foram realizados movimentos passivos do quadril e mensurados com o goniômetro universal. A análise estatística foi realizada pelo Teste de Cronbach (p≤0,05 e 0,7≤ α<1,0).

Resultados: A análise estatística demonstrou alta confiabilidade interavaliadores para os itens: prefixo (p<0,001; α = 0,961), dor (p<0,001; α= 0,892), marcha (p<0,001; α= 0,898), mobilidade (p<0,001; α=0,810) e escore total (p<0,001; α=0,917).

Conclusão: Houve alta significância e confiabilidade entre os três avaliadores para todos os itens do Método Merle d’Aubigné e Postel Modificado, sugerindo que este método é confiável, desde que seus itens sejam parametrizados e seja realizado treinamento prévio dos avaliadores. Nível de Evidência II, Estudo Diagnóstico.


Link
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24453605/

Guimarães, R.P.; Azuaga, T.L.; Alves, D.P.L.; Ueno, L.E.; Polisello, G.C.; Honda, E.; Ono, N.K.; Carvalho, N.A.A. de; Ricioli Junior, W. (2010). Translation and cross-cultural adaptation of the ‘Harris Hip Score modified by Byrd’ for Brazilian Portuguese. Acta Ortopédica Brasileira (Impresso), 18(6), 339-342.

Objetivo: A artroscopia do quadril tem sido usada tanto para fins diagnósticos quanto terapêuticos, e faz parte do arsenal diário dos cirurgiões de quadril. Devido à necessidade de avaliação artroscópica dos resultados, Byrd propôs uma modificação do Harris Hip Score avaliando dor e função. Este estudo teve como objetivo traduzir e adaptar transculturalmente o protocolo de avaliação do Harris Hip Score modificado usado em artroscopias de quadril.

Método: O método utilizado consistiu em: 1) uma tradução inicial, 2) uma retrotradução, 3) um pré-teste e 4) um teste final.

Resultados: A versão em português foi usada com 30 pacientes com distúrbios do quadril para determinar o nível de compreensão do protocolo. Expressões que não foram compreendidas pelos pacientes durante o pré-teste foram modificadas ou substituídas, e a versão final foi obtida por consenso. A versão final do questionário foi usada mais uma vez, com 100% de compreensão pelos pacientes.

Conclusão: Assim, chegamos à versão final em português do questionário Harris Hip Score modificado. A verificação da validade desta versão já está em andamento.


Link
https://doi.org/10.1590/S1413-78522010000600007

Guimarães, R. P., Alves, D. P. L., Silva, G. B., Bittar, S. T., Ono, N. K., Honda, E., Polisello, G. C., Ricioli Junior, W., & Carvalho, N. A. A. de. (2010). Translation and cross-cultural adaptation of the ‘Harris Hip Score’ hip assessment instrument for Brazilian Portuguese. Acta Ortopédica Brasileira (Impresso), 18(3), 142-147.


Objetivo: O Harris Hip Score é um instrumento de avaliação específico, desenvolvido originalmente para avaliar os resultados de artroplastias de quadril. O objetivo deste estudo foi traduzir e adaptar transculturalmente o Harris Hip Score para a língua portuguesa.

Método: O método de tradução e adaptação cultural do Harris Hip Score envolveu quatro etapas: 1 – tradução inicial, 2 – retrotradução, 3 – avaliação das versões pré-finais com o desenvolvimento de uma versão de consenso, 4 – pré-teste comentado com o desenvolvimento da versão final.

Resultados: A versão de consenso foi aplicada em trinta pacientes com distúrbios do quadril. Foram identificadas algumas dificuldades na compreensão de algumas expressões, que foram substituídas por expressões mais comumente utilizadas. Quando o questionário foi reaplicado, ele foi compreendido por 100% dos pacientes, em relação aos significados semântico, idiomático e conceitual.

Conclusão: A versão brasileira do Harris Hip Score fornece mais uma ferramenta importante para avaliar a qualidade de vida de pacientes com distúrbios do quadril. Um estudo adicional está em andamento para avaliar a confiabilidade e a validade da versão adaptada culturalmente.


Link
https://doi.org/10.1590/S1413-78522010000300005

A calculadora de risco cirúrgico do Programa Nacional de Melhoria da Qualidade Cirúrgica do Colégio Americano de Cirurgiões não é confiável para prever complicações e tempo de internação após artroplastia total primária de quadril em uma instituição que implementa caminhos clínicos
Manhabusqui Pacífico G Jr, Viamont-Guerra MR, Antonioli E, Paião ID, Saffarini M, Pereira Guimarães R. (2023). The American College of Surgeons National Surgical Quality Improvement Program surgical risk calculator is not reliable in predicting complications and length of stay after primary total hip arthroplasty at an institution implementing clinical pathways. Hip Int, 33(3), 384-390.
https://doi.org/10.1177/11207000211069522


Introdução:
Os autores objetivaram: (1) determinar como o tempo de internação (LOS) e as taxas de complicações mudaram nos últimos 10 anos, em comparação aos valores estimados pela calculadora de risco cirúrgico ACS-NSQIP, em uma única instituição privada aberta a cirurgiões externos; e (2) determinar os fatores pré-operatórios do paciente associados às complicações.

Métodos:
Avaliamos retrospectivamente 1.018 pacientes consecutivos submetidos à artroplastia total de quadril (ATQ) eletiva primária ao longo de 10 anos. Excluímos 87 com tumores e 52 com registros incompletos. Dados clínicos dos 879 restantes foram usados para determinar o tempo de internação real e a taxa de 9 eventos adversos ao longo do tempo, bem como para estimar esses valores usando a calculadora de risco. Sua confiabilidade preditiva foi representada em curvas ROC. Análises multivariáveis foram realizadas para determinar associações de complicações com idade, sexo, pontuação ASA, diabetes, hipertensão, doença cardíaca, tabagismo e IMC.

Resultados:
Ao longo do período de 10 anos, o tempo de internação real e as taxas de complicações reais diminuíram consideravelmente, enquanto o tempo de internação e as taxas de complicações estimadas pela calculadora de risco cirúrgico tiveram pouca ou nenhuma mudança. A diferença entre o tempo de internação real e estimado diminuiu ao longo do tempo. As taxas gerais estimadas e reais de qualquer complicação foram, respectivamente, 3,3% e 2,8%. A calculadora de risco teve confiabilidade razoável para prever quaisquer complicações (AUC 0,72). O tempo de internação estimado geral foi menor do que o tempo de internação real em 764 (86,9%) pacientes. A análise multivariável revelou que os riscos de qualquer complicação eram maiores em pacientes com idade ≥75 (OR = 4,36, p = 0,002) e com hipertensão (OR = 3,13, p = 0,016).

Conclusões:
Desde a implementação de caminhos clínicos em nossa instituição, o tempo de internação real e as taxas de complicações diminuíram consideravelmente, enquanto o tempo de internação e as taxas de complicações estimadas pela calculadora de risco cirúrgico tiveram pouca ou nenhuma mudança. A diferença entre o tempo de internação real e estimado diminuiu ao longo do tempo, o que pode levar alguns médicos a reconsiderar seus critérios de alta, sabendo que a idade avançada e a hipertensão aumentam os riscos de complicações.


Link
https://doi.org/10.1177/11207000211069522